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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Técnico da seleção mistura experiência e juventude buscando maior competitividade.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Javier Garcia Cuesta revela que melhor seleção de jogadores pelo Brasil e maior experiência internacional também tornariam seleção mais competitiva

O técnico Javier Garcia Cuesta está à frente da seleção brasileira de handebol masculino desde 2009. Contratado para o ciclo olímpico que vai até 2012, o espanhol faz um trabalho cujo principal objetivo é encontrar novos talentos pelo Brasil e, assim, formar uma equipe profissional melhor estruturada e mais competitiva.

Apesar do time ser bicampeão nos Jogos Pan-Americanos, em Olimpíadas o retrospecto não é bom, e as chances de medalha são sempre remotas. A melhor colocação do país é um 10º lugar, em Atenas (2004). Há três anos, em Pequim, a seleção terminou na 11ª colocação. Em mundiais, o histórico também não é dos melhores. Em janeiro, na Suécia, o Brasil ficou em 21º, de um total de 24 equipes.

É essa realidade que o treinador deseja mudar. Para ele, estabelecer uma estrutura de trabalho mais sólida, desde as categorias de base, e realizar mais competições e jogos internacionais são fundamentais para que o Brasil se torne mais competitivo no exterior, contra seleções tradicionais, como a francesa.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Javier falou sobre a equipe que disputará os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro, e sobre as chances de medalha na competição.

ESPN.com.br -
O que falta para o Brasil ser mais competitivo em Olimpíadas, assim como é nos Jogos Pan-Americanos?

Javier Garcia Cuesta
- Essa não é um resposta fácil, não é uma solução ou outra. São muitas coisas que têm que melhorar. Primeiro, uma estrutura de treino e de jogo mais competitivo, uma Liga (Liga Nacional de Handebol) mais competitiva, e melhor estrutura dos clubes, para que os jogadores possam treinar mais e se dedicar mais. As coisas estão melhorando e, nos últimos anos, ainda mais. Porém, está claro que a nível internacional tem que ser melhor.

Além disso, tem que ter mais jogos internacionais, e a seleção tem que competir mais na Europa e no resto do mundo para se habituar ao alto nível e ao bom ritmo de torneios internacionais. Logicamente a escolha de jogadores também deve ser melhor. Os atuais estão há bastante tempo trabalhando e há uma experiência relativamente boa. Entretanto, seria melhor se pudéssemos eleger melhores atletas, não apenas jovens talentos, mas jogadores treinados e com experiência em jogos internacionais.

ESPN.com.br -
O que falta, então, para melhorar o nível dos atletas e para que mais jogos internacionais aconteçam? Deveria haver mais investimento dos próprios clubes?

JGC
- Tudo ajuda. Seria bom que os clubes investissem mais, e eles também estão fazendo um grande esforço, mas é lógico que em relação a governo, confederação e comitê olímpico também é importante. É bom que continuem fazendo o que já fazem e que até aumente. Acho que, com os grandes eventos que estão vindo para o Brasil (Copa 2014 e Olimpíada Rio 2016), deve haver mais investimento e melhor preparação.

Como digo, é um problema de ter melhores atletas, e para isso é preciso treinar, olhar, selecionar, e ter uma estrutura ao longo de todo o país para olhar os melhores. Uma vez escolhidos, deve haver uma estrutura para mais treinos e, a partir daí, fazer um programa de competições internacionais, amistosos, para dar experiência e continuidade ao trabalho.

ESPN.com.br -
Os resultados obtidos nos amistosos contra Inglaterra e Dinamarca (venceu as duas séries) eram os esperados?

JGC -
Os três jogos contra a Inglaterra, foram bons testes para nós. Logicamente, ela não é uma grande equipe, mas é séria, bem treinada e está se preparando muito bem para a Olimpíada. Já com a Dinamarca foi muito melhor, e tivemos sobretudo dois bons jogos.

ESPN.com.br -
No que consistem os treinamentos que antecedem os Jogos Pan-Americanos?

JGC - São a continuação de um trabalho, no qual ensaiamos a parte tática e, sobretudo, continuamos o trabalho físico, pois nossa competição é em outubro e temos que completar a parte física. Também continuamos experimentando a parte técnica.

ESPN.com.br -
O grupo que disputará o Pan já está fechado? Como está o entrosamento do time?

JGC
- A equipe sairá desse grupo de 22 jogadores. Ao Pan irão apenas 15, portanto alguns serão cortados. Porém, tudo está correndo bem, estamos estudando, experimentando, treinando e, logicamente, temos que melhorar ainda mais. Por isso, será benvindo esses amistosos contra Egito e Tunísia. Neles, vamos avaliar e experimentar situações.

ESPN.com.br -
A equipe de 22 atletas está junta desde quando?

JGC
- Começamos este trabalho permanente em maio e desde junho estamos completos. Continuaremos assim até outubro. Em relação aos goleiros, trabalhamos com três e não há goleiro titular. Eles estão fazendo um bom trabalho, mas um ficará de fora (pois só dois vão ao Jogos de Guadalajara).

ESPN.com.br -
O grupo mistura jogadores experientes, que já participaram de Pan e Olimpíadas, com novatos. Essa mistura traz resultados?

JGC - Esse foi um claro objetivo desde quando comecei o trabalho em 2009. Naquela época, nós trocamos alguns jogadores: seis da equipe júnior entraram na equipe profissional, e seis que estiveram em Pequim saíram. Então, há dois anos vamos trabalhando com essa grupo, com algumas alterações desde então. Nesse tempo, os novatos já trabalharam, e os jogos em que estiveram já fizeram com que ganhassem mais experiência. Entretanto, acreditamos que os experientes ainda são fundamentais, sobretudo nessa qualificação e na Olimpíada. O entrosamento também é bom e deve melhorar. Enfim, estou contente sobre como vão as coisas.

ESPN.com.br -
O Bruno Souza operou o joelho e não participará do torneio. Qual o impacto da sua ausência?

JGC -
O Bruno é um bom jogador e contávamos com ele nessa fase final. Por má sorte ele se machucou, e vamos trabalhar sem ele. A gente se adaptou, e o Brasil não pode depender de nenhum jogador. Nesse momento, nossa obrigação é competir com os que estão disponíveis.

ESPN.com.br -
Mas as chances de conquistar o ouro em outubro são reais?

JGC -
O objetivo é o ouro. Será difícil, porque a Argentina é uma boa equipe, que tem melhorado muito. Temos que melhorar também e chegar para competir. Esperamos ganhar e, além disso, vaga para a Olimpíada é só se conquistarmos o ouro.

ESPN.com.br -
A Argentina é a principal rival, mas existem outras seleções que também podem impor dificuldade?

JGC -
Normalmente a Argentina é a favorita, mas temos que respeitar as outras equipes, e o Chile está melhorando muito também, é um time que está começando a ser bastante competitivo e temos que ter cuidado. Além disso, sempre surgem surpresas, embora Argentina e Brasil sejam, normalmente, as duas melhores equipes.

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